terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

QUETZALCÓATL




Deus pássaro-serpente ou serpente emplumada da América Central. Além de deus que morria e renascia foi um grande monarca da civilização.
O nome de Quetzacóatl combina “pluma de cauda” com “serpente”, o que ressalta a sua complexa natureza. É o céu e a terra, a luz e a escuridão, a vida e a morte.
Governante tolteca semi-legendário é quase certo que Quetzalcóatl foi um rei-sacerdote. Parece que, como se entregou à embriaguez e à sensualidade, simulou a sua própria morte, abandonou a capital tolteca e atravessou o mar.
Em 1200, o Império dos toltecas, cujo centro se encontrava na planície mexicana, estava em ruínas, mas ainda persistiam recordações de um grande governante que tinha incendiado o seu palácio, enterrado os seus tesouros e partido para o mar, luzindo a sua insígnia de penas de cauda.
Posteriormente, Bernardino de Sahgún escreveu na História das coisas da nova Espanha: “Na cidade de Tollan durante muitos anos reinou um soberano chamado Quetzalcóatl. Foi um governante de extraordinária virtude e o posto que este monarca ocupa entre os nativos é semelhante ao que os ingleses designam ao rei Artur.”
É possível que, como ARTUR, Quetzalcóatl embarcasse em uma balsa de serpentes rumo a um país encantado. Talvez também atravessasse o mar até a Península de Yucatán e morresse, talvez queimado em uma pira como a ave fênix. Para dizer a verdade, os maias que habitavam a região consignaram em 987 a chegada de Kukulcán. “a serpente emplumada”, e o estabelecimento de um novo Estado.
Os astecas, que governaram a planície mexicana desde os princípios do século XIV. Consideraram-se sucessores de Quetzalcóatl a fim de justificar o seu estado militar. No entanto, exageraram a prática tolteca dos sacrifícios humanos e converteram o culto da serpente emplumada em um dos mais sanguinários da história dos índios da América Central.
Cada ano os astecas sacrificavam centenas de guerreiros a Quetzacóatl a fim de que o deus renovasse as suas forças e a sua virtude. No caso do deus, a bebida criou uma ânsia insaciável de morte, ao que finalmente sucumbiu, atravessando o oceano sobre uma serpente para chegar a Mictiam, a Terra dos mortos.
Em 1519-1521, o conquistador espanhol Hernán Cortés aproveitou a profecia segundo a qual um dia a serpente emplumada retornaria do mar e reclamaria o seu trono. O rumor do regresso de Quetzalcóatl inquietou tanto o imperador asteca Montezuma que encheu de presentes o templo de Mictlantecuhtli, incluídas as peles de homens esfolados, e ansiou que a paz dominasse o reino do deus da morte.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A NOSSA MAIOR DÁDIVA. O SIGNIFICADO DA NOSSA VIDA




Qual a razão pela qual as flores murcham quando são tocadas por algumas pessoas? É a mesma razão pela qual uma coisa semelhante nos acontece. A presença de uma pessoa nos entedia, não conseguimos suportá-la; a presença de outra pessoa nos atrai. Ocorre o mesmo com as flores. Porém, o fenômeno por trás disso tudo é o amor. Tudo o que é tocado por uma pessoa que carece desse elemento morre; se ela toca uma flor ou se toca um assunto pessoal ou profissional ou se toca uma criança, tudo o que ela toca é destruído. Pois o amor é, em si mesmo, uma essência, a essência; é o sinal do espírito. Tudo o que uma pessoa toca com amor recebe luz e vida; e a falta de amor causa toda a morte e decadência.
O amor é a nossa principal emoção. O amor também é uma força metafísica, uma outra dimensão – uma energia tão poderosa que estamos apenas começando a redescobrir a sua magnitude.
O amor é o nosso caminho, a nossa ligação com a bondade, e como esta, ele nunca esgota. O manancial e o fluxo do amor estão sempre presentes, à espera de que nos liguemos a ele.
O amor é ma direção que podemos seguir, uma escolha que podemos fazer a cada momento da vida. E quando a escolha parece confusa, difícil ou praticamente impossível, a dádiva do amor está presente, de graça.
Não podemos ser donos do amor; porém, ele circula pelo mundo e através de nós o tempo todo, de modo que somos amor, uma parte dele, e ele é uma parte de nós. Certamente podemos estimulá-lo a entrar na nossa vida e ativar a consciência que temos dele. E sem dúvida, podemos usar o amor na nossa vida – o tempo todo. O amor está presente, dentro de nós e à nossa volta. Temos capacidade de pensar e podemos usar o poder da mente para nos ligar ao amor sempre que o amor aparece. Ele é a nossa maior dádiva. Ele é o significado da nossa vida.

(por EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

SOME SUAS ALEGRIAS E NÃO CONTE JAMAIS AS SUAS TRISTEZAS




Sei que as pessoas sofrem tragédias reais neste nosso mundo imperfeito. Elas perdem filhos, cônjuges, pais e amigos – às vezes em circunstâncias horríveis. As pessoas contraem câncer, esclerose múltipla, Aids, e outras doenças degenerativas. Sofrem inenarráveis abusos nas mãos de outros. Todas estas coisas são verdadeiras, mas tragédias não precisam impedir a pessoa de ter uma perspectiva positiva, ser produtiva e viver uma vida plena.
Enterre seu sofrimento egoísta. O sofrimento que o impede de ser feliz, o impede de pensar positivamente e de ajudar outras pessoas.
Some suas alegrias e não conte jamais as suas tristezas. Olhe para o que você deixou para trás em sua vida; não olhe para o que perdeu. Em momentos de sofrimento você fica tão engolfado e absorvido pelo choque, pela dor e pela tristeza que perde de vista as alegrias que ainda estão vivas sob o manto do sofrimento. Decida-se a descobrir suas alegrias submersas para que respirem e floresçam novamente!
Há muitas coisas pelas quais você deve ser grato, mesmo que não sinta gratidão comece por recordar. Reviva suas lembranças felizes. Rememore a grande coleção de experiências alegres que viveu no passado. Com certeza já lhe aconteceram coisas maravilhosas.
Um poema de autor não conhecido tem sido um bom conselheiro para mim:
Conte o jardim pelas flores,
E nunca pelas folhas que caíram.
Conte seus dias pelas horas ensolaradas,
Nunca pelas nuvens.
Conte suas noites pelas estrelas,
Nunca pelas sombras.
Conte sua vida pelos sorrisos,
Nunca pelas lágrimas.
E, com a alegria de cada aniversário,
Conte a idade pelos amigos, não pelo passar dos anos.

(por EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

DEUS É ENCONTRADO NA ALEGRIA, NO AMOR, NO SOFRIMENTO E NA SOLIDÃO. SUA PULSAÇÃO É A PULSAÇÃO DO UNIVERSO




Aquilo que somos é um presente de Deus para nós e aquilo que nos tornamos é nosso presente para Deus. O grande e infinito Deus pede a você e a mim, tão limitados e finitos: “Será que você poderia – será que vai – confiar em mim?”
São João define Deus como amor. Amor é o que Deus é imutavelmente, e Jesus é a revelação do que é Deus.
Devemos orar e meditar sobre a natureza estável de Deus. Os teólogos chamam-na de “imutabilidade”. Deus é sempre o mesmo. Não pode ferir, nem ser ferido. Não está sujeito ao calor, nem ao frio, aos altos e baixos, às emoções volúveis que nos afetam.
O sol só brilha, assim como Deus só ama. É da natureza do sol brilhar, dar seu calor e sua luz. É da natureza de Deus amar, dar o calor e a luz de seu amor para nós.
A única alternativa seria descobrir na morte o que nunca soubemos em vida, e lamentar como santo Agostinho: “Tarde demais, tarde demais, ó Senhor, Amei-O... A memória é realmente um privilégio triste”.
Por baixo da beleza ou feiúra da superfície, num nível mais profundo da existência, há uma pessoa, uma pessoa que sente solidão e amor. E, de algum modo, num nível mais profundo ainda, no centro dessa pessoa, está Deus. Ele está na luz do céu, na brusquidão da tempestade, no primeiro choro do bebê recém-nascido e no último alento do agonizante. Sua pulsação é a pulsação do universo.
Deus é encontrado na alegria, no amor, no sofrimento e na solidão. Não há nada em toda a criação que não seja tocado por sua presença. Está presente na escuridão do desespero e na luz da esperança. Está na gargalhada e no grito de dor. Está em pleno meio-dia e nas horas mortas da noite. Não há estrela distante, nem gota d’água no fundo do mais profundo oceano, nenhuma montanha, rocha ou frágil folha de grama que não compartilhe, de algum modo, Sua vida e não revele Sua pessoa.

PERGUNTAS A DEUS

Que ou quem és Tu?
- O Infinito Incognoscível.
Qual o Teu nome?
- Quem pode nominar o Inominável?
Onde estás Tu?
- Dentro e fora de Tudo, em toda parte.
Que sabes Tu?
- Tudo o que já houve, o que o há e o que ainda haverá.
Que podes Tu?
- Todo o sabido e não sabido.
De que Te alimentas?
- Da vida e da morte, perenemente.
Se vives, o que respiras?
- A Essência de Tudo.
Quais são as Tuas Obras?
- Tudo quanto já existiu, existe e existirá.
Quais são os Teus espaços?
- Os Universos, os Cosmos.
Tens algum tempo?
- Que tempos há de ter o Infinito?
Qual a Tua fala?
- O silêncio absoluto, que se traduz na Voz das coisas.
Sob que formas Te apresentas?
- Sob todas as formas, visíveis e invisíveis.
Qual é a Tua essência?
- Espírito.
Qual a Tua finalidade?
- O Amor.
Podemos adorar-Te?
- Sim: amando e servindo, a Tudo e a Todos.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A CARTA DE ROSEMARY... (*)




Meu querido e inesquecível Eugenio.
Emudeci diante do encantamento de sua carta. Enrolada num tempo que não existe, passei em silêncio, como se eu fora o vento ou simplesmente nada.
Luz e fragrância. Sussurro de brisa em tardes de verão. Viajei por entre nuvens. Extasiei-me com as estrelas, banhada de luar. Suas palavras me levaram ao sabor das águas por onde navega o barco do seu coração. Incomparável Eugenio!!! Como pode tanta grandeza, sabedoria e inspiração?
Percebo neste instante, o quanto perdi por não ter quebrado antes esta distância. Mas eu estava absorvida pela música de sua alma. Recostei minha cabeça e emudeci. Meu lenitivo era ler todas as noites a sua carta-poema.
E a sua angústia ao despedir-se de seu pai. Esta ausência dilacerante. O seu sofrimento único e solitário. E eu, frágil, em silêncio. A minha prece. Tímida. Sentida. E as “velhas cicatrizes”?
E eu, perdida num nevoeiro. Quando deveria largar tudo e ir ao seu encontro. Oferecer meu abraço. Entoar cantigas de ninar. Inventar um bálsamo para todas as cicatrizes.
Na verdade, querido escritor e inimitável poeta, amado irmão, somos iguais.
Tantos sonhos e pés atados. Tanto encantamento sofrido.
Hoje, tomei coragem. Aqui estou para lhe oferecer um “chá” temperado com ternura, ouvir o seu desabafo, rir e chorar com você. Sinto a sua presença. É a comunicação perfeita. De milênios. É como se tivéssemos os dedos na alma que nos permite tocar e se encantar com tão pura amizade.
Amo o seu coração. Conte comigo sempre.
Simplesmente e adoravelmente encantada.
ROSEMARY LOPES
PS: Em breve, mandarei o prefácio. Desculpe-me pelo atraso. Muitas dificuldades nos impedem de descobrir os tesouros da alma. Beijos. Rose. 05/02/1998.
(*) ROSEMARY LOPES é jornalista e escritora. Fundadora e Editora-executiva do jornal “O RADAR”, de Apucarana, PR. Vale enfatizar que, é um dos poucos jornais no Brasil que ainda divulga e publica arte e cultura, inclusive alguns textos meus.

EM BUSCA DO PÁSSARO AZUL...




A busca da felicidade... tantas vezes idealística, irrealística, e às vezes aparentemente inatingível! A meta é necessariamente individual. Às vezes, para nossa tristeza, descobrimos que a grama apenas parecia verde no outro lado da rua e que o que faz uma pessoa feliz talvez não faça outra.
A felicidade não é completamente indefinível, embora seu significado seja diferente para cada pessoa. Pode consistir em boa sorte, alegria, prazer e contentamento, entre outras coisas. Mas para muitos o pássaro azul da felicidade parece inatingível, não uma ave que pousa constantemente em nossos ombros, mas algo difícil de cativar e de segurar nas mãos -transitório, efêmero e que está “sempre mais adiante”.
A psicologia atual enfatiza a necessidade de o indivíduo descobrir sozinho o que é a felicidade, lutando depois para alcançar esse objetivo. O indivíduo deve ter iniciativa pessoal, pois pouco alcança aquele que só espera. Entretanto, esse objetivo não pode ser alcançado à custa dos outros, pois nisso encontra-se a semente do descontentamento.
Existem inúmeras facetas no diamante da felicidade. Mas a pessoa deve buscar aquilo que seja suficiente para manter um estado de equilíbrio, um estado de harmonia.
O passar do tempo por si só não traz a sabedoria. Mas com a maturidade descobrimos que as coisas mais importantes na vida são a saúde, a família e os amigos, embora não necessariamente nessa ordem.
Muitas pessoas vivem no futuro. Elas costumam usar expressões como “em alguns meses..., em algumas semanas..., no ano que vem..., quando eu ficar mais velho.” Outras vivem no passado: ... ah se eu tivesse..., agora é tarde demais..., o que eu devia ter feito era...”. É muito difícil não recordarmos à medida que envelhecemos e muitos anos mais estão atrás que na frente. É também muito difícil não almejarmos o futuro quando o presente não é uma experiência muito agradável. Mas o importante é não nos esquecermos do agora, pois como foi outrora o futuro logo será o passado. É comum fazermos referência aos “bons velhos tempos”, mas esquecemo-nos de que os bons velhos tempos que serão lembrados no futuro são os próprios dias de hoje.
Lembre-se destes ditados: As melhores coisas da vida são gratuitas; a felicidade está logo à frente; conte suas bênçãos; sempre há esperança; sempre é mais escuro antes do alvorecer. Esses ditados são quase proverbiais, mas resistiram ao teste do tempo, pois geração após geração os repete. A felicidade sobeja e os meios de alcançar esse estado encontram-se bem perto.
Releia esses ditados, ou recorde outros. Medite sobre aquele que você acha ser uma útil aplicação à sua atual busca da felicidade.

(por EUGENIO SANTANA - Escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

LAPIDADOR DE DIAMANTES




Era uma vez um lapidador de pedras preciosas, pedras raras.
Lapidador é a pessoa que transforma uma pedra bruta, colhida da natureza, em uma bonita pedra polida, brilhante, exuberante e que pode ser usada pelo Homem para mostrar seu esplendor.
Esse lapidador adorava diamantes. O diamante é considerado a pedra mais dura que existe e é muito difícil de ser encontrada. Muito preciosa.
De todo seu trabalho, ele gostava mesmo era de lapidar diamantes. Ficava radiante quando tinha de trabalhar com eles.
Seu maior sonho era um dia conseguir o maior diamante que existisse na face da Terra, e ser seu, poder lapidá-lo, sentir depois seu brilho, seu esplendor.
Todo o tempo vago vivia procurando esse diamante.
Olhava em cavernas, em poços, em montanhas, em rios. Procurou até no mar.
Já cansado de tanto procurar e nada encontrar, foi que, caminhando para o trabalho um dia, teve seu sonho, inesperadamente concretizado.
Era um dia chuvoso, e ele tinha de passar por um campo com muitas árvores e pedras, campo esse que ele já revirara inteirinho em busca do seu diamante. Então um raio caiu numa árvore e derrubou-a, em cima de uma pedra, que se partiu ao meio, e de dentro saiu um brilho intenso, tão grande que lhe incomodou a vista.
Meio assustado com o raio, mas muito curioso pelo brilho, aproximou-se e viu que era um diamante, o maior diamante que já tinha visto.
Ficou radiante. Depressa, embrulhou-o no casaco e levou-o para o trabalho. Não via a hora de acabar de trabalhar para começar a lapidar seu diamante.
Chegou enfim a hora. Ele estava muito ansioso. Começou a trabalhar no seu diamante. Depois de muito polir daqui, raspar dali, esfregar acolá, estava quase terminado. Foi quando uma janela bateu com o vento. Ele, assustando-se; moveu o instrumento de lapidar equivocadamente, e o diamante, o maior diamante que já tinha visto, quebrou-se.
Quebrou-se em 144 pedaços.
Foi a maior tristeza. Ele começou a chorar. Seu sonho desfeito por um descuido seu, como poderia ser isso?
Guardou todos os pedaços num envelope, sem saber o que fazer com eles, e voltou para casa. Exausto de tanto trabalhar, e profundamente triste, adormeceu.
Naquela noite teve um sonho:
Viu-se diante de 144 crianças, todas vestidas de branco. O mais curioso é que no lugar do coração de cada uma existia um bonito diamante. Um pequeno diamante, igual aos pedaços do grande diamante que se quebrou.
Acordou assustado com o sonho, mas com uma idéia fixa na cabeça, ver os pedaços de diamante que tinha trazido. E foi a primeira coisa que fez, levantou-se e pegou o envelope.
Foi então que percebeu que todos os diamantes eram exatamente iguais ao grande diamante que tinha encontrado, o que o fez concluir:
Os pequenos diamantes guardavam em si as mesmas características do Grande Diamante de que um dia fizeram parte.

(por EUGENIO SANTANA - Escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

ELA É UM LIVRO MÍSTICO E SOMENTE A ALGUNS É DADO LÊ-LA




Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o Céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu Anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.

Deixa que minha mão errante adentre.
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
Minha América! Minha terra a vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha mina preciosa, meu império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
Onde cai minha mão, meu selo gravo.
Nudez total! Todo o prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
O olho do tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-
Te: atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.
Déia que minha a mão errante adentre
Atrás, na frente
Em cima, embaixo, entre
Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista
Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Meu selo gravo
Nudez total
Todo prazer provêm de um corpo
(Como a alma sem corpo) sem vestes
Como encadernação vistosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la

Eu sou um que sabe
Um, um

(copy-desk by Eugenio Santana – jornalista cultural e investigativo de mídia impressa, Editor, Publicitário, Escritor, Relações públicas, Coordenador de RH, Gerente Administrativo/financeiro; Gerente Comercial, Consultor de negócios. Livros publicados. 18 prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia, em âmbito nacional.)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

LEGIÃO DE AURORAS




Há em mim uma legião de auroras. Nem sei como nessa alma conturbada floresce tanta luminescência a cegar os olhos da alma. Talvez seja isso a noite escura cantada agonicamente pelos místicos rosacruzes. Talvez a perfeição do olhar. É como estar sedento frente ao mar. Água, muita água, e, no entanto dela não se pode beber. Só contemplar a pele ondulosa do Planetazul, essa voracidade oceânica que devora todos os meus sonhos.
Não consigo ver o que os outros enxergam, não consigo rir do que os outros acham engraçado, não consigo deixar de ser desconfiado, taciturno, introspectivo, porque são muitas as minhas dúvidas. Por exemplo, coleciono fechaduras e fotos de rinocerontes. Fechaduras, é óbvio, servem para fechar, porque o ser humano não suporta a transparência. Precisa sempre se cobrir: de pêlo, máscaras, teto, muro, porque a nudez é uma arte que exige talento. Ainda que um homem e uma mulher fiquem sem roupas, trancados num quarto, entregues às infinitas possibilidades do jogo erótico, não significa que estejam nus. Estão despidos. Nudez é outra coisa. É enfiar a faca até o cabo, arrebatar a lua com as mãos, destampar todos os recônditos da alma, os mais insólitos e ínfimos. Se nem suportamos ficar nus diante de nós mesmos, quanto mais diante dos outros! Por isso as fechaduras deveriam estar de língua recolhida, mas quase sempre se projetam interditando-nos.
Por que fotos de rinocerontes? Faz tempo sonhei que eu era um rinoceronte. Locomovia-me com muita dificuldade, a exigir paciência de todos à minha volta. Ao atravessar uma rua, eu me encontrava a meio caminho quando o sinal abria, irritando os motoristas; no cinema, ocupava meia fila de cadeiras; no restaurante, comia metade do bufê.
Gosto das esferas elegíacas. Da arte que não exprime lamento, dos primitivistas que ignoram as formalidades acadêmicas. Sou por eflorescências. Quase toda semana irrompem em mim vulcânicas primaveras. São flores de fogo. Procuro fixá-las em retábulos e, em exercícios espirituais, copiá-las em pergaminhos. Somente flores e borboletas superam as obras-primas da arte universal. Mas não sou dado a caçar borboletas.
Eis que me apareceu em sonhos um homem cujos sapatos tinham bicos finos e longos; na cintura, profusão de laços; as mangas eram tufadas como balões e os punhos, de renda. Estava em pé num salão fechado por cortinas de cores brilhantes, pontilhadas de estrelas de ouro entre espaços vazios cheios de sóis. Acordado do outro lado do sonho, fiquei a me perguntar se tamanha ilogicidade que preside as emanações do inconsciente não seria a verdadeira lógica que a razão tanto teme e repudia.
Só então compreendi por que René Descartes foi encontrado morto na Biblioteca Nacional, em Buenos Aires. Uma fina espátula prateada atravessava-lhe o coração.
Suspeita-se que o assassino chama-se Jorge Luis Borges, mais conhecido pelo codinome de “El Brujo”.

(por EUGENIO SANTANA - escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir VERBO DE LUZ que possa acrescentar algo na vida dos meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

domingo, 23 de janeiro de 2011

ENTRE EM CONTATO COM O SEU EU INTERIOR E EXPERIMENTE INFINITAS POSSIBILIDADES


Por que estamos aqui?
Estamos cumprindo a nossa missão nesta vida?
Em tempos de mudanças globais, incertezas e falta de direção espiritual, as pessoas continuam fazendo essas antigas perguntas, contudo com renovado interesse. Existe uma ânsia pela busca de um significado para a vida – uma crescente percepção de que a felicidade não é produto que possa ser comprado com um cartão de crédito. Pois, satisfação e alegria surgem naturalmente, a partir da capacidade de perceber o momento em que a vida se abre e da aptidão para ouvir e compreender as melhores possibilidades em qualquer situação-limite. Esta é a esperança que a orientação espiritual traz para nós e para o mundo.

(por EUGENIO SANTANA - escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos meus 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir Palavras de Luz que possam acrescentar algo na vida de meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

AS CHAVES DO CORAÇÃO


Mais do que um símbolo dos namorados, dos amantes, dos grandes amores, o coração também é o verdadeiro símbolo do amor, porque o amor irradia através dele. O coração recebe todas as informações das emoções, das forças da Terra, dos descontroles, das alegrias, mas também o amor divino, a inspiração, que se expressa através da comunicação, da arte, da criação.
Lembrem-se das luzinhas que se acendem dentro de vocês, e não se frustrem mais em busca de finais felizes. Aprendam a eternizar seus momentos. Não é tão complicado assim. Congelem as experiências que criaram ótimas lembranças para a sua alma, e daqui a um tempo, nesta ou em outra vida, lembrarão desses momentos maravilhosos, acionarão esses códigos, e as luzinhas acenderão porque valorizaram as coisas simples da vida.
Sabemos que é a energia do amor que rege o mundo, mas vocês, que vivem no mundo das polaridades, dos opostos, muitas vezes não deixam que ela domine. É uma pena, mas faz parte do aprendizado. Esse é o caminho e não importa quanto tempo vão levar para percorrê-lo, porque esta é uma viagem fantástica, o começo de um novo tempo, da consciência cósmica; a transcendência.
Liberem a mente, deixem o amor fluir no seu corpo, libertem as emoções, quebrem os pré-conceitos e se abram. Mas, principalmente, não se esqueçam de encontrar AS CHAVES DO CORAÇÃO. Porque ele é o centro de tudo. Nele está contido o grande código da vida, o código da alma, o código do amor.
“O coração do homem é como um moinho que trabalha sem parar. Se não há nada para moer, corre o risco de triturar a si mesmo.”

(por EUGENIO SANTANA - escritor laureado e autor de livros publicados; jornalista profissional de mídia impressa; poeta, publicitário e editor. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número dois; sócio efetivo da UBE/SC-GO – União Brasileira de Escritores. Escrevo e publico a partir dos meus 16 anos de idade, com um só propósito: transmitir Palavras de Luz que possam acrescentar algo na vida de meus leitores. Busco a Transcendência através da Literatura em seus variados gêneros. Escrever é minha Missão.)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ALGUNS TÊM OLHOS, MAS NÃO ENXERGAM...


Está preparado para uma surpresa?
Você pisca 25 vezes por minuto. Cada piscada leva aproximadamente um quinto de segundo. Portanto, se você faz uma viagem de automóvel que dura dez horas, a uma velocidade de 65 quilômetros por hora, você dirige cerca de 32 quilômetros de olhos fechados.
Eu conheço outro fato, muito mais surpreendente que este. Algumas pessoas passam suas vidas de olhos fechados. Elas olham, mas não enxergam realmente... não questionam... A visão é presente, mas a percepção é ausente. Se a vida fosse uma pintura, veriam as cores, mas não a genialidade das pinceladas. Se a vida fosse uma viagem, notariam a estrada, mas não a imponente e aprazível paisagem. Se a vida fosse uma refeição, comeriam e beberiam, mas negligenciariam a notável beleza da porcelana e o delicado toque de vinho no tempero.
Se a vida fosse um poema, leriam o que está escrito na página, mas perderiam a paixão e o êxtase do poeta. Retire a perspicácia e você inesperadamente reduzirá a vida com freqüentes lampejos de enfado e indiferença. As pessoas mais inteligentes podem, às vezes, estar cegas a uma visão maior, especialmente se isso significa uma grande mudança no status.
Eu desafio você: abra seus olhos! Pense! Aplique! Escave! Observe! Escute!
Existe uma imensa diferença entre uma piscada necessária e a cegueira desnecessária.
“Vês muitas estrelas no céu noturno, mas não as enxerga quando o sol nasce. Dirias, por isso, que não há estrelas no céu diurno?”

(Eugenio Santana, FRC – Escritor: contista, cronista, poeta, ensaísta literário; Coordenador de RH, Relações públicas, Redator publicitário e Editor. Autor de livros publicados, com repercussão de Porto Alegre à Porto Velho.)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VOCÊ ESCOLHE: POLTRONA DE AVIÃO OU CADEIRA DE DENTISTA?


Há duas poltronas que se parecem tanto que quando me sento numa imediatamente me ocorre a lembrança da outra: cadeira de dentista e poltrona de avião. Igual o constrangimento, a má vontade quando me dirijo a elas – vontade de adiar a hora. E a partida. A ânsia no peito, o frio nas mãos. No bolso, o cartão do dentista com a hora marcada. No bolso, o cartão do dentista com a hora marcada. No bolso, a passagem aérea, pessoal e intransferível. Vi certa manhã um gato com seu andar de veludo rondando a gaiola do pássaro. Com esse mesmo andar o medo se aproxima de mim, sinto seu cheiro em ambos os ambientes anti-sépticos, fechados. Cores neutras, luz fria incidindo nos metais reluzentes que lembram farmácia. Hospital. Há sempre uma música suave no rádio. O locutor de voz velada faz o anúncio no mesmo tom impessoal com que o jovem de bordo anuncia pelo microfone as condições atmosféricas em meio das recomendações de praxe.
A enfermeira tão limpa de avental branco não tem qualquer coisa de aeromoça tão gentil que oferece revistas, caramelos e protetor auricular para os tímpanos? O guardanapo é preso ao pescoço com aqueles mesmos gestos mecânicos com que a aeromoça vem nos auxiliar a fechar o cinto de segurança. “Deseja mais alguma coisa?” – pergunta ela com uma amabilidade artificial. Desejaria descer – seria a resposta exata, inequívoca. Vontade de fugir da poltrona de couro tão confortável, a almofadinha na altura da nuca, o assento anatômico, perfeito. Perfeito? Perfeição um tanto suspeita: depois de tantas inovações, por que o avião ainda cai? Por que o dentista ainda dói? Tão fundamental essa conquista da tecnologia com raízes norte-americanas, último tipo,precisão. Invulnerabilidade. A aeromoça se afasta com o sorriso igual ao da chegada. A enfermeira se afasta e as solas de seus sapatos parecem grudar no oleado do chão. O ronco do avião no ensaio da decolagem. O motor do dentista provando uma, duas vezes antes de nele ser atarraxada a agulha. A boca aberta como uma oferenda. O corpo encolhido, o peito fechado, tenso. Entrelaçadas no colo as mãos duras, viscosas. A doce musiquinha do rádio parece vir de muito longe – de que mundo? Acelera-se o motor. O corpo se agarra à cadeira, ambos integrados, formando uma peça só. Curta a respiração. Os olhos apertados. O pedal invisível é acionado e a poltrona com o corpo vai se erguendo no ar. Os motores do avião sopram com mais força, vai levantando vôo. “Senhores passageiros, por favor, desliguem celulares e computadores portáteis, por favor!”. A pata do gato alcança o pássaro...

(copy-desk by Eugenio Santana – cronista, contista, jornalista e poetalado. Autor de livros publicados.)

sábado, 11 de dezembro de 2010

CADA DIA É UMA NOVA CHANCE PARA VOCÊ TRANSFORMAR A SUA VIDA


Perceba a noite como uma borracha mágica que tem o poder de apagar todos os erros do seu dia. Pensando assim, você verá cada novo dia como uma oportunidade de recomeçar. Faça, portanto, de cada dia uma vida inteira.
Não importa quantos erros você cometeu, não interessa se você tropeçou, chorou ou quase desistiu. Assim que o sol brilha, todo o dia anterior já é um passado distante. Não permita que as sombras do "antes" escureçam o sol do presente.
O começo de cada dia deve ser entendido como um renascimento - uma espécie de ressurreição.

(copy-desk by Eugenio Santana - Escritor, Jornalista e Poetalado)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Secret of Staying In Love


Responder ao chamado do amor requer muita coragem e determinação, porque expor-se sempre envolve o risco de ser gravemente ferido. Mas sem transparência o amor é impossível, e sem amor a vida humana é terrivelmente incompleta.
Os que estão dispostos a amar acabarão encontrando o amor. E então o espelho estará ali, o espelho que reflete a imagem de uma pessoa amorosa: esse é o começo da verdadeira auto-estima e da autocelebração. É por isso que Viktor Frankl diz que a origem da verdadeira auto-estima encontra-se no “reflexo do apreço daqueles a quem amamos”.
A melhor maneira de descrever o amor é dizer que se trata de um processo gradual, um longo movimento circular que precisa ser cuidadosamente negociado, não um ângulo reto que se faz num instante, de uma vez por todas. Um homem e uma mulher precisam começar uma longa viagem e andar muitos quilômetros antes de encontrar as alegrias do amor. Terão de atravessar florestas profundas e sombrias, e haverá muitos perigos. Terão de ser muito cuidadosos com o amor do que com as outras coisas. O amor requer abstinência de tudo quanto pode mostrar-se venenoso para ele.
Requer muita coragem, persistência e autodisciplina.
Mas a viagem para o amor é a viagem para a plenitude da vida, pois é somente na experiência do amor que os seres humanos podem conhecer a si mesmos.

(copy-desk by Eugenio Santana, FRC – jornalista e escritor. E-mail: autor-e.santana@bol.com.br / MSN: esantanafrc@hotmail.com (21) 7177-6359.)

domingo, 14 de novembro de 2010

ARTHUR RIMBAUD RETIRA QUEIXA CONTRA PAUL VERLAINE


Eu, abaixo-assinado, Arthur Rimbaud, 19 anos, homem de letras, com endereço fixo em Charleville (Ardennes, França), declaro, em nome da verdade, que na quinta-feira, dia 10 do presente mês, por volta das 2 horas, no momento em que o Sr. Paul Verlaine, no quarto de sua mãe, deu, com seu revólver, um tiro que me feriu levemente o punho esquerdo, o Sr. Verlaine se encontrava em um estado tal de embriaguez que não tinha consciência de seus atos.
Que estou intimamente convencido que, ao comprar esta arma, o Sr. Verlaine não tinha nenhuma intenção hostil contra mim e que não houve nenhuma intenção criminosa no ato de trancar a porta sobre nós.
Declaro também propor, de espontânea vontade, e consentir na minha desistência pura e simples de toda ação criminal, correcional e civil e desisto, a partir de hoje, dos benefícios de toda demanda judicial que possa vir a ser feita pelo Ministério Público contra o Sr. Verlaine pelo fato do que aqui se trata.
Arthur RIMBAUD
Sábado, 19 de julho de 1873.

RIMBAUD está vivo. Rimbaud é um fenômeno literário que não morrerá em nossa memória.
Rimbaud é um marco zero na História da Literatura.
Sua radicalidade, que o levou à renúncia e ao silêncio, merece um tributo especial e uma reflexão permanente.
Os poetas e os escritores do século XX, os surrealistas, os “beatniks”, os “hippies”, os jovens rebeldes – todos lhe são devedores.
A influência de Rimbaud sobre cantores de rock como Jim Morrison é inegável. Até no cinema, o polêmico personagem da série "Rambo" tem seu nome nele inspirado. Cultuado pelos decadentes, simbolistas, existencialistas, beatniks, hippies, punks, revoltados de maio de 1968 e hardcores, sua poesia adquire cada vez maior modernidade. No ano de 1905, foi inaugurado na Praça da Estação, em Charleville, um busto de Rimbaud.
Em Harrar encontra-se uma rua com seu nome e todo ano um "Safári Rimbaud" é organizado por um grupo de turístico belga. No golfo de Aden, uma curiosa embarcação pode ser avistada singrando livremente o mar Vermelho: É o rebocador Arthur Rimbaud! Ele com certeza teria gostado desta última homenagem.
Vítima de um câncer na perna que foi amputada, devido aos sofrimentos que vivenciou na Abissínia, Rimbaud morreu nos braços de sua irmã Isabelle, quem mais o amou, e suas derradeiras palavras proferidas: "Me digam a que horas vão me levar para o navio".

(Copy-Desk by EUGENIO SANTANA, FRC – poeta, escritor, jornalista, ensaísta literário e, sobretudo, alter-ego de Arthur RIMBAUD, Drummond e Fernando Pessoa. Após participar da primeira sessão do Santo-Daime, a convite do meu padrinho literário Paulo Nunes Batista, ele me confidenciou que, em Vidas Passados, fomos amigos e companheiros de Jean-Nicolas Arthur RIMBAUD, em Paris, na França. Mais um mistério a ser desvendado em minha vida...)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

TRISTEZA


Ficamos tão mais tristes quanto maior for o grau de envolvimento afetivo com a pessoa ou o objeto que perdemos – e mais definitiva for essa perda. Por tal raciocínio, é possível entender por que uma mãe em luto pela morte de um filho dificilmente sai do buraco, enquanto outra cujo primogênito foi à guerra ainda consegue esboçar um sorriso de vez em quando. Não importa o grau, a tristeza é sempre determinada quimicamente por uma redução nos níveis de serotonina. É o que evidenciam os quadros de depressão, o extremo patológico da tristeza. Enquanto a tristeza do dia a dia afeta a química cerebral de maneira transitória, a depressão pode trazer comprometimentos profundos. Uma pessoa deprimida precisa da ajuda de um psicoterapeuta, e, não raro, de medicamentos antidepressivos para se reerguer. A tristeza, decorrente de uma afecção mental, inclui em seu pacote sintomas como distúrbios de sono, problemas de peso, fadiga, irritação, apatia, estados de lentidão física e intelectual. Ou seja, desregula uma série de outros circuitos cerebrais.

(Eugenio Santana, FRC – Fragmento/Copidesque.)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

VÊNUS E ADÔNIS


Brincando, certo dia, com seu filho Cupido, Vênus feriu o peito em uma de suas setas. Afastou a criança, mas a ferida era mais profunda do que pensara. Antes de curá-la, Vênus viu Adônis, e apaixonou-se por ele. Já não se interessava por seus lugares favoritos: Pafos, Cnidos e Amatos, ricos em metais. Afastava-se mesmo do céu, pois Adônis lhe era mais caro. Seguiu-o, fez-lhe companhia. Ela, que gostava de se reclinar à sombra, sem outras preocupações a não ser a de cultivar seus encantos, anda pelos bosques e pelos montes, vestida como a caçadora Diana; chama seus cães e caça lebres e cervos, ou outros animais fáceis de caçar, abstendo-se, porém, de perseguir os lobos e os ursos, recendendo ao sangue dos rebanhos. Também recomenda a Adônis que tenha cuidado com tão perigosos animais:
- Sê bravo com os tímidos. A coragem contra os corajosos não é segura. Evita expor-te ao perigo e ameaçar minha felicidade. Não ataques os animais que a natureza armou. Não aprecio tua glória ao ponto de consentir que a conquistes expondo-te assim. Tua juventude e a beleza que encanta Vênus não enternecerão os corações dos leões e dos rudes javalis. Pensa em suas terríveis garras e em sua força prodigiosa! Odeio toda a raça deles. Queres saber por quê?
E, então, contou a história de Atalanta e Hipómenes, que ela transformara em leões, para castigo da ingratidão que lhe fizeram.
Tendo feito essa advertência, Vênus subiu ao seu carro, puxado por cisnes, e partiu, através dos ares. Adônis, porém, era demasiadamente altivo para seguir tais conselhos. Os cães haviam expulsado um javali de seu covil, e o jovem lançou seu dardo, ferindo o animal de lado. A fera arrancou o dardo com os dentes e investiu contra Adônis, que virou as costas e correu; o javali, porém, alcançou-o, cravou-lhe os dentes no flanco e deixou-o moribundo na planície.
Vênus, em seu carro puxado por cisnes, ainda não chegara a Chipre, quando ouviu, cortando o ar, os gemidos de seu amado, e fez voltar para a terra os corcéis de brancas asas. Quando se aproximou e viu, do alto, o corpo sem vida de Adônis, coberto de sangue, desceu e, curvando-se sobre ele, esmurrou o peito e arrancou os cabelos. Acusando as Parcas, exclamou:
- Sua ação, porém, constituiu um triunfo parcial. A memória de meu sofrimento perdurará, e o espetáculo de tua morte e de tuas lamentações, meu Adônis, será anualmente renovado. Teu sangue será mudado numa flor; este consolo ninguém pode negar-me.
Assim falando, espalhou néctar sobre o sangue e, ao se misturarem os dois líquidos, levantaram-se bolhas, como numa lagoa quando cai a chuva, e, no espaço de uma hora, nasceu uma flor cor de sangue, como a da romã. Uma flor de vida curta, contudo.
Dizem que o vento lhe abre os botões e depois arranca e dispersa as pétalas; assim, é chamada de anêmona, ou flor-do-vento, pois o vento é a causa tanto de seu nascimento como de sua morte.

Milton faz alusão ao episódio de Vênus e Adônis, em “Comus”:

Entre arbustos de rosas e jacintos,
Muitas vezes repousa o jovem Adônis
Amortecida a dor, e a seu lado
Jaz a triste rainha dos assírios...

(Eugenio Santana é um “imortal” da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, aonde ocupa a cadeira número 2. É detentor de 18 prêmios literários, em âmbito nacional. Livros publicados. Crítico literário. Jornalista profissional – Superintendente de Imprensa de uma instituição Municipal do Rio de Janeiro. Revisor e Copy-Desk; publicitário com curso da ESPM.)