sábado, 27 de agosto de 2016

DEIXE SUA LUZ BRILHAR

Para tomar decisões acertadas, você precisa primeiro se conhecer. A maioria das pessoas com quem tenho lidado tem uma visão muito limitada delas mesmas. As pessoas acham muito mais fácil se criticar, apontando as próprias falhas e pontos negativos, do que se alegrar com os dons que receberam. Se ficarmos presos às nossas perdas pessoais, se nos enchermos de preocupações e temores, não existirá espaço para a luz penetrar. Se nos mantivermos intolerantes e ansiosos para criticar, também não haverá espaço para a luz penetrar. Mas, se utilizarmos nossa percepção, seremos capazes de fazer as melhores escolhas, baseadas num processo interno, não em críticas externas. Lembre-se também de que a escolha é uma rua de mão dupla. Devemos reconhecer que as outras pessoas têm também o direito de fazer suas escolhas, mesmo que não concordemos com elas. Você pode argumentar e questionar, para ajudar o outro a refletir. Nunca impor. Respeitar a decisão de outra pessoa, sem julgá-la ou condená-la, é demonstrar amor incondicional. A aceitação faz com que os outros sejam eles mesmos e sigam suas verdades, até para poderem aprender com os erros. Nunca sabemos totalmente o que é importante para o crescimento de outra pessoa. Uma das formas de pedir ajuda é solicitando um sinal. Os sinais estão ao nosso redor, basta ficarmos atentos. Costumo dizer aos meus mestres de amor e sabedoria: “Dêem-me um sinal de que esta é a melhor decisão, ou de que estou no caminho certo.” Se encontro resistência constante, obstáculos e atrasos quando estou desenvolvendo um determinado projeto ou precisando tomar uma decisão, concluo que é um sinal de que estou indo na direção errada. Às vezes o melhor presente é não conseguirmos o que queremos.” Outra maneira de tomar decisões saudáveis é analisar as conseqüências de todas as possibilidades. Visualizem os diferentes cenários e fiquem atentos às sensações que cada um provoca. Alegria é um excelente sinal para saber que tomamos a decisão correta. Quando agimos com compaixão, paz e dignidade em tudo que fazemos, expressamos uma alma iluminada. A alma está sempre buscando expressar-se por meio de nossas atividades, idéias e contribuições. Ela nos inspira a trabalhar em nosso maior nível de competência, generosidade e dedicação. Procure expressar sua força, capacidade, disposição e coragem em tudo o que você faz, mesmo nas pequenas coisas, e a luz vai brilhar através de você. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta e consultor em gestão de pessoas. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira 2. Sócio-correspondente do Centro Artístico e Literário de Portugal; Autor da Biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia)

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

CENÁRIOS DA ALMA ALADA...

As fontes de águas limpas são sempre solitárias. São encontradas nas florestas, longe dos caminhos das feiras e das romarias. As florestas são lugares solitários. As multidões fogem delas. Preferem as praias e os shoppings. São poucos os que amam a solidão das florestas. Solidão é o ar que se respira quando se entra nas paisagens da alma. A alma é uma paisagem. As paisagens que vemos, assim é a nossa alma. Porque nós vemos aquilo que somos. Abrimos um álbum e mostramos aos amigos as fotos da viagem. Paisagens. Aqui um lago. Ali um pôr do sol. A foto é a mesma. Mas quem garante que as paisagens das almas sejam as mesmas? Aquilo que sinto, vendo o lago e o pôr do sol, não é a mesma coisa que você sente, vendo o mesmo lago e o mesmo pôr do sol. As paisagens da alma não podem ser comunicadas. A alma é um segredo que não pode ser verbalizado. Por isso, quanto mais fundo entramos nas paisagens da alma, mais silenciosos ficamos. A alma é o lugar onde os sentimentos são profundos demais para palavras. A solidão é para poucos. Não é democrática. Não é um direito universal. Para ser um direito de todos teria de ser desejada por todos. Mas são poucos os que a desejam. A maioria prefere a agitação das procissões, dos comícios, dos shows de rock, das praias, da torcida do Flamengo: lugares onde todos falam e ninguém ouve. O populacho sempre odeia os solitários. Desprezam os que andam na direção oposta. Os que percorrem caminhos inversos. Paulo Coelho e Lair Ribeiro são best-sellers. Mas os poetas não conseguem nem mesmo publicar os seus poemas. E, no entanto, segundo Goethe, juntamente com as crianças e os artistas, são eles, os poetas, aqueles que se encontram em harmonia com o indizível mistério da vida. O populacho sempre condena a alma solitária ao exílio, por não suportar a diferença. Onde subirei com o meu desejo? De todas as montanhas eu busco terras paternas e maternas. Mas não encontrei um lar em lugar algum. Sou um fugitivo em todas as cidades, e uma partida em todas as portas. Os homens de hoje, para quem meu coração recentemente me levou, são-me estranhos e grotescos. Sou expulso de todas as terras paternas e maternas. Assim, eu agora amo somente a terra dos meus filhos, ainda não descoberta, no mar mais distante: e nesta direção enfuno as minhas velas... As montanhas, as florestas, os mares: cenários da alma. Há neles uma grande solidão. E a solidão é dolorida. Mas há também uma grande beleza, pois é só na solidão que existe a possibilidade de comunhão. Assim, não tenha medo: Foge para dentro da tua solidão. Sê como a árvore que ama com seus longos galhos: silenciosamente, escutando, ela se dependura sobre o mar. (EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, relações públicas, assessor de imprensa, revisor de textos e copidesque. Da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM), cadeira número 2. Autor, entre outros, do livro “Ventos fortes, Raízes Profundas”, Madras Editora, SP)

domingo, 14 de agosto de 2016

OITAVO LIVRO/FILHO NA 24ª BIENAL DE SP

“VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS”, meu oitavo livro, publicado pelo selo Madras, 160 páginas, 2016, está presente na 24ª BIENAL Internacional do Livro, de São Paulo-SP, de 26/8 a 04/9/2016. Onde encontrá-lo: www.saraiva.com.br, www.livrariacultura.com.br, www.americanas.com.br, www.ciadoslivros.com.br, www.bienaldolivrosp.com.br e no catálogo da www.madras.com.br (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor e ensaísta)

sábado, 13 de agosto de 2016

CORAÇÕES EM SINTONIA

Existe entre as pessoas um elo que se reflete no brilho dos olhos, no poder da palavra, na conexão sagrada que vocês criam entre si. Não menosprezem as pessoas e os ambientes. Aquele que passar à sua frente deve ser tratado como um irmão, porque ele o é. E quando você trata o desconhecido como seu irmão, tira dele o poder de lhe ferir, de lhe acusar, de lhe machucar, porque enquanto o amor habitar o coração, o corpo, a alma, não há espaço para nenhum outro sentimento. Quando o amor estiver em você, ganhará espaço e se estenderá a todos os demais, porque o amor é como o ar ou como a água que, quando em abundância, não pode ser contido. A energia do amor fraterno talvez seja no mundo dos homens a energia mais difícil de ser conectada, porque ainda existe nas pessoas o desejo pela supremacia sobre os outros e a competitividade. As pessoas lutam pelos sentimentos, pelas emoções, pela ambição de querer ser superior aos demais. Abandonem a competição, seja aquilo que vocês são e descubram o poder da irmandade. Um grupo unido, um forte, um grupo de pessoas que se quer bem é capaz de tudo. As portas são abertas, as dimensões são expandidas porque os corações estão em sintonia. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor e ensaísta. Autor de oito livros publicados)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

DO CAOS A TERRA E EROS NASCERAM...

Eros era um grande deus, um deus digno de admiração dos homens e dos outros deuses, por muitas razões, mas, sobretudo, pela sua origem. Eros tem a honra de figurar entre os deuses mais antigos e prova disso é que não tem pai nem mãe, e nenhum prosador ou poeta lhe atribuem progenitores. Hesíodo afirma que: “Primeiro foi o Caos; depois a Terra de grande seio, eterno e seguro fundamentado de todas as coisas e, depois, Eros”. Acusilau pensa como Hesíodo. Para ele, foi depois do Caos que a Terra e Eros, isto é, a Terra e o Amor, nasceram. Por outro lado, Parmênides diz o seguinte a respeito da Origem: “A Eros ela inventou como primeiro de todos os deuses”. Assim, diferentes pontos de vista concordam que o deus do amor é um dos mais antigos. Este deus tão antigo é também a causa do bem que recebemos, porque não conheço maior bem para um jovem do que amá-lo com virtude, nem para um amante do que amar um objeto virtuoso. Esse é o sentimento que deve reger toda conduta nossa, se quisermos viver honestamente. A esse sentimento, nem as genealogias, nem as honras, nem as riquezas e nem nada, podem inspirá-lo tão bem como Eros! Que entendo por amor? – As ações desonestas ligam-se à desonra, e as boas ações ligam-se ao amor. Sem essas duas coisas, nem o Estado, nem o cidadão podem realizar o bem e o belo. Ouso afirmar, que se um homem ama e for surpreendido em um delito vergonhoso, ou suporta um ultraje sem saber defender-se, sofre menos ao ser repreendido pelo pai; por um parente; ou por qualquer outra pessoa, do que por aquele a quem ama. Verificamos, também, que é diante do ser amado que se sente mais vergonha. Assim, se houvesse a possibilidade de formar um Estado ou um exército, composto somente por amantes e amados, obteríamos a constituição política insuperável, pois ninguém praticaria ações desonestas e eles se estimulariam reciprocamente para a prática das belas coisas. E quando esses homens lutassem juntos, apesar do seu reduzido número, poderiam vencer quase o mundo inteiro. Com efeito, um amante teria menos vergonha de abandonar seu posto, ou de lançar fora as armas perante o olhar de um exército inteiro, do que sob o olhar de quem ama; preferiria mil vezes morrer a sofrer tal vergonha! Quanto à possibilidade de o amante abandonar o amado durante o perigo, e negar-lhe socorro, não há homem, mesmo entre os mais covardes, que Eros não inflamasse de coragem a ponto de fazer dele um herói autêntico! Exatamente como disse Homero na Ilíada: “O deus insuflou coragem a alguns dos heróis”. É isso que Eros faz àqueles que amam. (EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta. Diretor de Redação da revista Cenário; foi Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro)

terça-feira, 9 de agosto de 2016

AUTODESTRUTIVO

Os jornalistas dizem: “Sem nós não haveria cultura!”. Os vermes dizem: “Sem nós não haveria cadáveres!”. Não ter pensamentos e ser capaz de expressá-los – eis um jornalista. Os jornalistas escrevem porque não têm nada a dizer, e têm algo a dizer porque escrevem. O pintor tem em comum com pintor de paredes o fato de sujar as mãos. Precisamente isso distingue o escritor do jornalista. Com freqüência, o historiador é apenas um jornalista voltado para o passado. O que é um historiador? Alguém que escreve muito mal para poder colaborar num jornal. Muitas vezes, a filosofia não é mais do que a coragem de entrar num labirinto. E quem se esquecer do portão de entrada, pode facilmente adquirir a reputação de pensador independente. Se lhe roubam alguma coisa, não vá à polícia, à qual isso não interessa, e também não vá ao psicólogo, a quem só interessa, no fundo, o fato de ter sido você que roubou alguma coisa. Os psicólogos são perscrutadores do vazio e farsantes da profundidade. Megalomania não é nos considerarmos mais do que somos, mas nos considerarmos aquilo que somos. Formação é aquilo que a maioria recebe, muitos passam adiante e poucos possuem. O que os professores digerem, os alunos comem. Pessoas que beberam além da conta para matar sua sede de conhecimento são uma praga social. Não devemos aprender mais do que o absolutamente necessário contra a vida. Quando chegará o tempo em que se precisará informar no recenseamento o número de abortos feitos em cada casa? O humanitarismo é uma lavadeira que torce as roupas sujas da sociedade enquanto se desfaz em lágrimas. Vivemos numa época dominada pelos idiotas. A luta contra os idiotas é uma batalha perdida. Falam demais. Acreditam que, apenas porque têm boca, podem emitir opiniões sobre tudo. Como viraram engenheiros e médicos e professores, porque o “conhecimento” virou ferramenta de ascensão social, hoje os idiotas têm diplomas. Mais um dos danos da sociedade do “acesso” em que todo mundo tem “acesso”, na qual quase não há conteúdos que valham qualquer “acesso”. A maioria da humanidade sempre foi ignorante, mas, com o advento da sensibilidade democrática para o número e a estatística, essa maioria tomou a palavra. Toda a “ética” democrática é voltada para a banalização do conhecimento a serviço da autoestima dos idiotas. Não os ofenda porque eles venceram. Acreditam firmemente no que pensam enquanto vêem novelas na TV. Deduzem argumentos sobre a vida a partir de suas experiências paroquiais. Quando se sofisticam, isto é, quando atingem um tipo de cartão de crédito mais “exclusivo” ou “esquentam” seus diplomas tirados em universidades periféricas, tornam-se mais ruidosos. Dedico essas palavras a todos os nossos fracassos, e com esses olhos atentos ao medo que porta seu nome próprio é que o leitor deve ler estes ensaios e fragmentos aos pedaços. Sinto-me em casa numa filosofia que tem uma razão cética e uma sensibilidade trágica. Carrego uma sensibilidade trágica, independentemente de minha vontade filosófica. E por quê? Porque o que nos humaniza é o fracasso, homens e mulheres muito felizes não são homens e mulheres. Tenho medo de pessoas muito felizes. A consciência trágica, seja ela cósmica, seja miserável, miúda e cotidiana, determina o horizonte onde se move o humano. Falo aos homens e às mulheres do mundo contemporâneo, sem tempo, sempre com pressa e sem tempo; com pressa e fazendo contas; falando ao celular, enquanto fazem contas; correndo, assim como insetos assustados que correm como crianças com medo, em busca do repouso oferecido pela sombra e pelo esquecimento. E, no futuro, sonhando com a vida silenciosa na forma pura da pedra. Uma pedra que pressente a divindade. (EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta. Diretor de Redação da revista Cenário; foi Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro)

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

VAMPIROS ASTRAIS

Sinto-me na obrigação de explicar como é importante compreender a transferência de energia e como certas pessoas podem nos afetar negativamente. Esses vampiros astrais são capazes de sugar nossa energia, deixando-nos completamente debilitados. Muitos deles vibram em baixos níveis de freqüência e atraem entidades negativas. Quando você está perto de vampiros astrais, pode sentir essa vibração baixa. Talvez você não saiba o que está sentindo, mas intuitivamente tem conhecimento de que alguma coisa é opressiva, depressiva ou instável. Quando as pessoas projetam raiva, ciúme, ódio, inveja, medo e ressentimento, você fica vulnerável, sem energia. Geralmente elas não se dão conta de que sua energia negativa está indo além delas e prejudicando outras pessoas, porque estão envolvidas em sua própria infelicidade. Uma pessoa cheia de pessimismo e amargura, que só vê o lado negro da vida, descarrega vibrações baixas na atmosfera. Como ondinhas num lago, essas vibrações exteriorizam e afetam todos e tudo dentro de seu âmbito. O mesmo acontece com alguém extremamente medroso e arrasado pela dúvida e desconfiança: para essa pessoa, tudo é sinistro e sem solução. Pode ser qualquer um: seu colega de trabalho, marido, esposa, amigo, o caixa do supermercado ou seu dentista. O medo constante é um convite aberto às entidades astrais. É importante observar quando seu corpo está perturbado ou suas emoções descontroladas. Comece a reconhecer mudanças no seu comportamento quando estiver perto de certas pessoas e em certos ambientes. Repare se você fica sempre com dor de cabeça ao entrar na casa de um amigo. Você sente inquietação ou nervosismo quando pensa em se encontrar com uma determinada pessoa? Seu humor se modifica quando você entra em certos edifícios? Respeite sua intuição e preste atenção aos sinais vindos de seus corpos emocionais e físicos. Você não pode se isolar do mundo, pois faz parte dele, mas pode minimizar os efeitos das influências negativas que nos cercam, mantendo-se consciente e alerta. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta e consultor em gestão de pessoas. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira 2. Sócio-correspondente do Centro Artístico e Literário de Portugal; Autor da Biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS: A ALMA DO LIVRO...

As pessoas normais trazem filhos ao mundo; os escritores trazem livros. Cada livro tem uma alma, a alma de quem o escreve e a alma de quem o lê. O bom livro quando se apresenta não fica vermelho; se é desprezado, não se importa; lido, ensina a verdade com calma; ofendido, não se lamenta e provoca o remorso que talvez desperta o desejo de conhecer a verdade, pois está sempre pronto a ensiná-la. Às vezes fica empoeirado em cima de uma mesinha ou em uma biblioteca. Ninguém pensa nele, mas chega a hora da solidão ou da tristeza, ou da dor, ou da rotina, ou da necessidade de descanso, ou da espera ansiosa pelo futuro; e este amigo fiel sacode a poeira, abre suas folhas aladas, e acontecem admiráveis insights de sabedoria e uma imarcescível compulsão de reinventar a vida. “VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS”, ousa sintetizar, um pouquinho, o aprendizado milenar do homem no ato continuado de pensar, falar, gritar, refletir, meditar, gravar o seu espanto de estar no mundo. E cultivar – na alma e no coração – a paixão pelas palavras. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta e consultor em gestão de pessoas. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira 2. Sócio-correspondente do Centro Artístico e Literário de Portugal; Autor da Biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia)

sábado, 23 de julho de 2016

CENÁRIO PARA O LEITOR NA CONTEMPORANEIDADE

É plausível, de outra maneira, indagar se a velocidade, a fugacidade, a situacionalidade e a opacidade da “era contemporânea”, ou, em melhor expressão, da contemporaneidade, permitem, ainda, as virtudes da calma, da paciência, da iniciação a textos de nível mais elevado, da busca de experimentalismos no estilo ou de uma abstração mais profunda e simbólica. É pertinente, até, perguntar se a universalidade da palavra e do texto escrito mantém o mesmo sentido, tanto para o prazer quanto para a instrumentalização da necessidade. E, mesmo assim, se crianças, adolescentes e pais querem ainda a busca de uma educação clássica ou vernácula, de iniciações no noviciado das letras e a eterna busca do imperativo kantiano do “ousar saber” e da “saída da menoridade”. Para o prazer ou para o entretenimento, o inimigo declarado do lema “deixar de ser menor” é a resignação. Uma resignação aparentemente sem culpas, que é madrasta do individualismo consumista e caminha na contramão do agenciamento coletivo, de liderança e da cooperação. Ser leitor na contemporaneidade é ser um agente de comunicação. Infância e maturidade dos intelectuais. Ao invés de mero consumidor, o leitor é, simultaneamente, um agente cultural e comunicacional com grandes possibilidades de exercício de suas “vontades de potência”. Sua volição é mudar a si mesmo e mudar o mundo. Sua voluntariedade oscila entre a competição e a cooperação. A leitura é, outrossim, agenciamento e enfrentamento político. Como atitude, enfrentar um texto escrito é ação serigráfica: marca superfícies reais e simbólicas. Marca o papel, marca a página, risca a dobra do livro, marca a memória e risca a imaginação. Como enfrentamento do mundo, a leitura não é uma boa amiga da resignação. Abraçar a leitura, hoje, é ato de coragem e escolha. A passividade é outra inimiga do leitor e da leitura. Verdade que aceitá-la é resignar-se aos possíveis frutos da perdição. O caminho da leitura é da atividade e do enfrentamento. A estrada do leitor, que lê por prazer ou por necessidade, por fantasia ou instrumento, é de tomada de posição, afirmação de palavra, vocativo da imaginação. Não importa – e não importará tanto – se as narrativas serão ágeis ou lentas, descritivas ou dialogais, lineares ou não-lineares. Importa que o leitor, como produtor ou co-produtor, associado ou não às pautas do mercado editorial, precisa, necessária e inevitavelmente, de realizar o imperativo da escolha. As implicações da escolha são, decerto, mais que culturais, científicas, artísticas, sociais, psíquicas, estéticas ou comunicacionais: são políticas e ideológicas. A humanização do leitr se dá, de fato, pela hesitação diante da pluralidade de possibilidades. No limite, conformam “muitos mundos” (pluriversos), para intercambiar sua identidade. O bom leitor sabe que, pela leitura, pode obter “acesso” a processos simbólicos que o auxiliem a escolher o que almeja da vida e até a alteração de rotas e trajetos efetuados. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor e ensaísta. Autor da biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia) WhatsApp (61) 99581-4765

domingo, 17 de julho de 2016

CON-VIVÊNCIA ENTRE HOMENS E MULHERES...

Dentro do que o psicanalista Gustav Jung denominou de Inconsciente Coletivo, podem ser encontradas muitas das características psicológicas que moldaram a mente da espécie humana e que, de certa forma, explicam nosso comportamento, mesmo aqueles mais desprezíveis. Por razões que remontam à pré-história e aos primeiros hominídeos, alguns comportamentos do tipo oculto e inato foram sendo transmitidos às gerações futuras, por necessidade de sobrevivência, frente a um mundo hostil e inóspito. O machismo é uma dessas heranças ocultas. Trata-se, segundo especialistas no assunto, de uma força arquetípica. Como tal se fincou no inconsciente de todos. Em outras palavras, nascemos machistas, homens e mulheres, sendo que esse comportamento é mais ou menos reforçado ao longo da vida, de acordo com cada sociedade em que o indivíduo está inserido. Obviamente esse comportamento primitivo não isenta ninguém de cometer verdadeiras atrocidades contra o sexo oposto. No Brasil, de formação histórica patriarcalista, fincada na desigualdade patente de classes, esse comportamento encontrou ambiente amplamente favorável, dentro e fora de casa, para florescer e se multiplicar. Isso não quer dizer que em outras partes do mundo o problema não ocorra. Pesquisas indicam ainda que o álcool, as drogas e o mais antigo e nefasto dos vícios humanos, o ciúme, respondem pela maioria das causas da violência contra as mulheres. Como sempre, o caminho mais curto e recomendado pelos estudiosos para se chegar a uma convivência de paz entre homens e mulheres ainda parece ser a EDUCAÇÃO. (Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA, jornalista, escritor, redator publicitário e ensaísta. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas – ALNM. Cadeira número 2)

domingo, 10 de julho de 2016

IDÉIAS AVANÇADAS E CRIATIVAS

Atualmente, qualquer computador, por mais lento que seja, tem capacidade de “armazenar” e resgatar mais dados que os cérebros mais geniais. Mas não é a quantidade de dados que dá relevância da criatividade e da eficiência intelectual. Estou convicto de que a ousadia, a autocrítica, a resiliência, a empatia, a autoconfiança, a autoestima, a imaginação são mais importantes para a produção de novas soluções, de inovação, de respostas brilhantes do que uma supermemória saturada de dados. Computadores se formam com um excelente programa e um superbanco de dados; pensadores se formam com um bom banco de dados e com doses elevadas das funções mais complexas da inteligência. Quem não seleciona livros, textos, técnicas, cursos, artigos tem potencial para bloquear sua criatividade. Lembre-se de que Einstein, Freud e tantos outros produtores de conhecimento tinham menos dados em sua memória do que a maioria de seus discípulos das gerações seguintes. Então como foram tão longe? Eles reciclaram suas falsas crenças e seu sentimento de incapacidade. Eram inquiridores, críticos, determinados e, além disso, foram destemidos, intuitivos, imaginativos, sensitivos, mentalmente livres. Claro que falharam muito, tiveram intermináveis noites de insônia, foram zombados, excluídos, desacreditados. Apesar dos percalços enfrentados, venceram com meritocracia. Resilientes, eles jamais desistiram de suas idéias avançadas e criativas. (EUGENIO SANTANA é jornalista, ensaísta, escritor e redator publicitário. Editor executivo da “Revista Cenário Goiano”, foi Revisor de textos do jornal “Diário da Manhã”, fundador do blog “Guardião da Palavra”. Ex-Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro)

HORA DE TIRAR A MÁSCARA...

As pessoas, de um modo geral, teimam em ser otimistas. Na maioria dos textos que leio sobre o país e a crise, apesar de análises realistas diante de um cenário pouquíssimo promissor, resvalam doses de esperança. Seria porque o Brasil é uma potência, em termos de recursos naturais e riquezas? Seria porque somos um país resiliente, que se adapta, agüenta o tranco e retoma o rumo? Seria porque, nosso povo trabalhador e festivo é capaz de segurar o leme na tempestade? Não sei. E a primeira razão pelas quais digo “não sei” é porque duvido dos clichês que nos definem há tanto tempo. Esse país não existe, a não ser na nossa infinita ignorância a respeito do que somos, de onde viemos e para onde vamos. Continuamos existindo, mas perdemos sentido. Precisamos encontrá-lo. Lá no futuro, vamos agradecer por tudo o que vivemos. E olhar para aquele fundo do poço com mais simpatia, enxergando luz onde só havia escuridão. Então me perguntei: de certa forma será que isso se aplicaria ao Brasil? Creio que sim. Se desconstruirmos uma imagem mentirosa de nós mesmos, talvez consigamos construir uma nova identidade depois dessa crise. Não somos um país pacífico. Isso é uma mentira. Vivemos em guerra. Maltratamos os velhos, batemos nas mulheres, matamos os negros e pobres, somos selvagens no trânsito. Não “estamos” corruptos; somos corruptos, desde o cara que enforca a sexta-feira até o político que faz casamento de luxo, sustenta amante, compra votos e se elege com dinheiro público roubado. E a crise de identidade? Que país queremos ser, o que ainda vive de uma imagem mentirosa? Eu confio que não. A despeito de tanta intolerância vindo à tona, tenho visto tantos movimentos por um novo Brasil que só posso acreditar em mudança. Sigo otimista. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e redator publicitário. 8 livros publicados. 18 prêmios literários. Editor do blog “Guardião da Palavra”.)

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A MEMÓRIA É A MÃE DA SABEDORIA (*)

Permita sua mente diáfana como as águas de um lago na floresta te conduzir à reflexão profunda. Muitas pessoas deixam de se tornar pensadores e formadores de opinião porque não têm boa memória. Toda a nossa evolução é um desabrochar semelhante ao desabrochar de uma planta. Temos primeiro um instinto, depois uma opinião, a seguir um conhecimento, como a planta tem raiz, broto e fruto. Confie em sua intuição até o final, mesmo que não pareça haver uma razão. O conhecimento é apenas o brilho da organização das ideias. Não é sabedoria verdadeira. O verdadeiro sábio vai além do conhecimento. Não adianta lutar contra o inevitável. A única coisa a fazer contra o vento sul é vestir o blusão de couro. Em filosofia, os axiomas não são axiomas até terem sido provados: lemos coisas lindas, mas não entendemos totalmente o seu sentido até termos repetido os mesmos passos do autor. Os sábios aprendem muita coisa com os desafetos. A experiência é o pente que a natureza nos dá quando ficamos calvos. Os sábios dizem que o caminho da sabedoria é difícil como um labirinto e estreito como o fio de uma navalha. A boa filosofia não é aquela que faz um julgamento final e estabelece a verdade absoluta, mas aquela que causa desconforto e gera comoção. Entender a realidade não é o mesmo que ter ciência de acontecimentos exteriores, mas perceber a natureza fundamental das coisas. O homem mais bem informado não é necessariamente o mais sábio. Na verdade, existe o perigo de que, exatamente por causa de seu conhecimento múltiplo, ele perca de vista o essencial. Por outro lado, o conhecimento de um detalhe aparentemente fútil com frequência possibilita que se enxergue as coisas com profundidade. Assim, o homem sábio busca saber o máximo sem se tornar dependente desse conhecimento. Sábio é reconhecer o elemento expressivo em meio aos acontecimentos concretos. O caminho do céu é nutrir e não ferir. O caminho do sábio é lutar e não competir. Contemple as obras deste mundo, ouça as palavras do sábio, tome para si tudo o que é bom. Com essa base, abra suas portas para a verdade. Não deixe passar a verdade que está diante dos seus olhos. Observe como o riacho flui suave e livremente por entre as pedras. Aprenda também com os livros sagrados e as pessoas sábias. O mundo – inclusive as montanhas, os rios, as plantas e as árvores – é seu mestre. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, publicitário, relações públicas, copidesque e revisor de textos. Autor de seis livros publicados. Articulista do jornal Diário da Manhã. Ex-Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. E-mail: es.journalist.copydesk@gmail.com e WhatsApp: (34) 9241-3331

quarta-feira, 29 de abril de 2015

SABEDORIA: CAPACIDADE DE SABOREAR O MUNDO (*)

Conheço muitos testes de inteligência. Não conheço nenhum teste de sabedoria. É fundamental saber a diferença entre essas duas, inteligência e sabedoria, frequentemente confundidas. A inteligência é a nossa capacidade de conhecer e dominar o mundo. Ela tem a ver com o poder. A sabedoria é o êxtase de saborear o mundo. Ela tem a ver com a felicidade. As escolas se dedicam a desenvolver e avaliar a inteligência. Para isso desenvolveram testes. Os testes avaliam a inteligência dos alunos por meio de números. Mas elas nada sabem sobre a sabedoria, e nem elaboram testes para avaliá-la. Nas escolas e universidades, muitos idiotas são aprovados. A inteligência é muito importante. Ela nos dá os “meios para viver”. Mas somente a sabedoria é capaz de nos dar “razões para viver”. Muitas pessoas se suicidam porque, tendo todos os “meios para viver”, não tinham as “razões para viver”. Proponho-lhe um teste de sabedoria. Ele é muito simples. O seu aniversário está chegando. Você já não é mais jovem. O espelho lhe revela coisas que você não gostaria de saber. Diante de sua imagem no espelho existe sempre o perigo de que uma magia perversa aconteça, e você seja repentinamente transformado em bruxa ou ogro – tal como aconteceu com a madrasta de Branca de Neve. Em desespero, você invoca os deuses. Eles vêm em seu auxílio e lhe dizem que atenderão a um desejo seu, a um único desejo. Que súplica você lhes faria? Digo-lhe que essa seria a hora da pureza de coração, quando todos os supérfluos têm de ser deixados de lado. “Pureza de coração” – assim disse Kierkegaard, meu querido filósofo solitário, companheiro já morto; por vezes os mortos são companhia melhor que os vivos, porque falam menos e ouvem mais – pureza de coração, ele disse, “é desejar uma só coisa”. Digo que isso é sabedoria, mas pode parecer mais coisa de neurótico obsessivo, ficar querendo uma coisa só, o tempo todo. Você entenderá o que digo se você prestar atenção no voo dos pássaros. E, para ajudá-lo nesse dever de casa, transcrevo o que Camus pensou, ao observá-los. “Se durante o dia o voo dos pássaros parece sempre sem destino, à noite, dir-se-ia reencontrar sempre uma finalidade. Voam para alguma coisa. Assim talvez, na noite da vida...” O texto termina assim, com essas reticências que, segundo Mario Quintana, são o caminho que o pensamento deve continuar a seguir. Assim é o coração. Há momentos na vida em que ele é como o voo dos pássaros durante o dia: oscila em todas as direções, sem saber direito o que quer, ao sabor das dez mil coisas que o fascinam, tão desejáveis, cada uma delas uma taça de êxtase supremo. Chega um momento, entretanto, em que é necessário escolher uma direção – é preciso descobrir aquela palavra, aquela única palavra que dá nome ao nosso sofrimento, que nomeia a nossa nostalgia, para que saibamos para onde ir. Há um ditado que diz que a melhor comida é angu com fome. Que adianta o bufê servido com dez mil pratos se o corpo não deseja nenhum? Mas se existe a fome, feijão com arroz é uma alegria incontida. Felizes os que têm fome... Os poetas rezam sempre. Rezam porque a poesia é coisa que se escreve diante do vazio, mínima refeição de palavras para matar uma fome que não pode ser matada: A fome de viver. Os poetas sabem que é inútil que se comprem todas as coisas. Diferentemente daqueles que rezam para que Deus lhes encha a barriga, eles rezam para que nunca deixem de ter fome. Porque, se deixarem de ter fome, eles deixarão de ser poetas. Nada mais triste que um corpo sem desejo. Disso sabem muito bem os que amam. Vejam essa terrível oração de T.S. Eliot: “Salva-me, ó Deus, da dor do amor não correspondido, e da dor muito maior do amor correspondido”. (*) Jornalista e Escritor EUGENIO SANTANA – Registro MTb 1319/JP. Autor de seis livros publicados – O encantador de leitores vorazes, estrelas, celebridades, pérolas, esmeraldas, rubis e diamantes...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

AS RAÍZES CRESCEM PROFUNDAMENTE QUANDO OS VENTOS SÃO FORTES (*)

Uma breve seca pode ter um efeito devastador em uma safra de brotos que recebeu muita chuva. Porque durante as chuvas freqüentes, os brotos da plantação não precisam lançar raízes profundas no solo em busca de água. Se mais tarde ocorrer uma seca, as plantas com raízes curtas logo vão morrer. Não tente dar um jeito no sofrimento de todas as pessoas. Para alguns, esta é uma ordem difícil de obedecer, porque somos inclinados a tentar dar um jeito em tudo. Gostamos de tornar as coisas mais fáceis para os outros, principalmente para aqueles que amamos, como nossos filhos. Queremos protegê-los e resguardá-los e, se possível, poupá-los da dor. Se existir uma maneira de sofrermos no lugar deles, nós o faremos, com alegria. Mas, se tentarmos fazer isso, eles aprenderão cada vez menos. Não devemos poupá-los das lições que a vida oferece. Deixe que aconteça. Deixe fluir. Com certeza, precisamos apoiá-los e permanecer ao lado deles, mas não tentar resolver os problemas deles. Como o título deste livro diz: “Ventos fortes, raízes profundas”. Ensurdeça um gênio compositor, e você tem um Ludwig Van Beethoven. Chame-o de alguém com dificuldade de aprendizado, “retardado” e rotule-o como incapaz, e você tem um Albert Einstein. Eduque-o em uma situação miserável, e você tem um Abraham Lincoln. Derrube-o com paralisia infantil e ele se torna Franklin Roosevelt. Enterre-o na neve de Valley Forge, e você tem um George Washington. Todas essas situações se incluem na categoria das lições duramente ensinadas nas salas de aula da dor. Devemos aprender a respeitar as lições duramente ensinadas porque descobriremos que é na bigorna da dor e da enfermidade, do sofrimento e da injustiça que se forja o caráter. Somente os que têm raízes profundas são capazes de suportar os ventos fortes. (*) por EUGENIO SANTANA, Escritor, Jornalista, Ensaísta, Copidesque, Revisor de textos, Relações públicas e Analista de Marketing. Autor de seis livros publicados. Sócio efetivo da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) e da União Brasileira de Escritores (UBE). E-mail: eugeniosantana9@gmail.com – WhatSapp: (34) 9241-3331

domingo, 11 de janeiro de 2015

AS MULHERES SÓ QUEREM TER RAZÃO (*)

“Precisamos conversar. Quero falar e você vai me escutar: Você tem medo de quê?”– questionam as mulheres. E o homem sabe que é inocente, que não fez nada de errado – pelo menos não tão errado assim – mas ainda assim recua. E a hesitação é a sua perdição. O poder de argumentação de uma mulher parece infindável, até porque é um novelo. O fio é conhecido, já foi todo mostrado, mas é outra vez desenrolado como se tudo ali fosse novo; assuntos dados como resolvidos voltam com a força de um titã, como revelações avassaladoras gravadas em pedra e os golpes são dados com a precisão de esgrimista. Você tem medo de quê? A pergunta sempre volta, reforçando os golpes, mantendo o homem nas cordas, acuado. Toda mulher tem uma certeza na vida: alguma culpa ele tem, mesmo que ela não saiba, muito menos ele. A elas não interessa o nocaute, a capitulação final. As mulheres só querem ter razão. São elas que determinam o fim da discussão, mas sempre depois de exauridas as forças do parceiro que concorda ainda atordoado. Também são elas que propõem as inegociáveis condições para a paz entre o casal.
No final de tudo, a gente não sabe por que a discussão começou, nem ao que levou. Mas sabe que vai ter mais. Sempre tem. (*) Jornalista/Escritor EUGENIO SANTANA, FRC – Registro MTb 1319/JP – O encantador de pérolas, esmeraldas e diamantes...

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NÃO TENHA MEDO DE SE ENTREGAR AO AMOR. DESTRUA AS BARREIRAS DA OPINIÃO ALHEIA (*)

Exercite a arte de fazer bonito o seu amor ou fazer o seu amor ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão complexa missão de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender... Por meio de minha longa caminhada, tenho deparado com muitas fórmulas e formas de amor: Amores bravios, heróicos, platônicos, românticos, racionais, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, leveza, dádiva e doação. Amores conduzidos com arte e ternura pelas mãos de luz entrelaçadas com os olhos cravados na mesma direção... Esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam, descuidam, robotizam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem perceber que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Amar bonito é saber a hora de ter razão. Coloque a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de ser alegre, entusiasmado, otimista, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança latente, nenhum amor é bonito. Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Jogue pro alto todas as jogadas, estratégias, golpes, perspicácias, atitudes sabiamente eficazes: seja apenas você no apogeu de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é. Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto, intrínseco; inescapável. Não se preocupe mais com ele e suas multiformes definições. Cuide agora da forma de amar. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e relações públicas – Encantador de pérolas, esmeraldas e diamantes... Dedicado especialmente à minha musa-mulher TATIANA MORAES.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A SIMBOLOGIA DO RIO (*)

A SIMBOLOGIA DO RIO (*) – O NIRVANA é a união com o Absoluto. Quando deixamos o estado oposto ao nirvana, o samsara, entramos num rio de plenitude que contém todas as respostas. O rio é um elemento natural a que foi conferida uma rica simbologia. Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio. E a água simboliza a existência, o fluir da vida e do mundo e, ao mesmo tempo, sua unidade. É a música da vida, que carrega em si tudo o que existe, tudo o que foi. O rio é o lugar de purificar-se, de diluir-se e desprender-se por alguns instantes do “eu”, de fazer parte da água e fluir com ela. Por meio da simbologia do rio, entende-se que o mundo é simultaneidade e totalidade, já que nos ajuda a escutar, a prestar atenção com o coração tranqüilo, de peito aberto e expectante, sem arrebatamentos, sem desejos, juízos ou opiniões. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e relações públicas – Encantador de pérolas, rubis e diamantes...